sexta-feira, 7 de maio de 2010

Adeus amigo

Quando escrevi mais cedo que esta sexta-feira estava com cara segunda no mês agosto, não imaginava que o dia seria tão terrível. Foi o dia que meu querido colega Fernando Freire decidiu sair de vez desse mundo que não o fazia feliz. Estou realmente muito triste. O Fernando foi meu parceiro de noites intermináveis na TV Globo. Éramos os repórteres da noite do Bom Dia DF. Saíamos da TV só depois de meia-noite, se tudo corresse bem. Lembro de um colega atencioso, do bem, calmo, tão elegante que o chamava de Lord. Até o Vianas, que chama todo mundo de "fudido" ou "fudida", o Fernando ele chamava de Príncipe. Ele foi produtor do Paulo Francis em Nova York por anos. Chique demais! Mesmo com tantas coisas legais na vida, ele tinha uma tristeza, uma angústia que estavam sempre com ele. Como todo lord, era discreto e reservado. Mas ficávamos muito tempo sozinhos à noite e como gostávamos um do outro, passar horas conversando foi inevitável. Como conversávamos muito à noite, conheci algumas de suas angústias e não dei força nenhuma quando ele cismou de fazer uma cirurgia terrível para mudar o sorriso gengival. Quanto mais ele me explicava o procedimento, mais eu implorava para ele não fazer aquela loucura. Mas o danado fez e ficou feliz da vida. E ficou lindo! O garoto que tinha vergonha de rir, ria o tempo todo! Mas como eu suspeitava, não era essa a raiz do problema. Encontrei o Fernando no ano passado, fazendo um concurso. Ele me pareceu bem feliz. Tinha se casado, estava bem no trabalho... Mas infelizmente não estava. E pegou toda a angústia que estava no coração, os problemas na cabeça e jogou tudo pela janela de um prédio na 303 Norte, quadra onde nós dois morávamos quando trabalhávamos juntos. Acabou. Torço do fundo do meu coração para que ele encontre um lugar que finalmente possa ser feliz e ficar em paz. Ele merece!

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