domingo, 23 de maio de 2010

Barraco 2

Barraco de novo no supermercado. Domingão, passei no Pão de Açúcar da 404 Norte. Comprei umas coisinhas. Dezessete volumes. Só havia dois caixas abertos: um caixa rápido para até dez volumes e um caixa preferencial. Caí na besteira de ir ao preferencial, que tinha só uma pessoa não preferencial na fila. Claro, chegou uma velhinha e deixei passar. Comentei com a caixa que eu tinha mais de dez volumes e não era preferencial. Ou seja, não havia caixa para mim. Ela me orientou a ficar lá. Quando comecei a passar minhas comprinhas, chegou uma grávida (pouco meses) e começou a reclamar de forma grosseira. Expliquei-me, constrangida. Enquanto passava meus 17 volumes, de repente apareceu uma multidão de preferenciais. Todos contra mim. A grávida continuou surtando, dizendo que estava passando mal e que para gente mal educada qualquer desculpa era válida. Aí veio um homem do nada, que nem na fila estava, e disse que eu estava errada e que o meu problema era falta de berço. Surreal! Justo eu, que sempre respeitei filas e boas maneiras. Até tentei argumentar, mas quanto mais eu falava mais a multidão de grávidas, idosos, portadores de necessidades especiais, anões, antropólogos, sociólogos, ambientalistas, petistas, demotucanos e outros se enfurecia. Até pensei em argumentar que era afrodescendente, mas percebi que não ia colar. E minhas compras não acabavam... Tive que aceitar as pedradas calada. Afinal, embora não estivesse de todo errada, sabia que não estava certa. Fiquei tão desnorteada, que nem sei quando deu a conta e como paguei, se crédito ou débito. Agora estou aqui desabafando e outras 15 pessoas estão em casa reclamando como tem gente mal educada que entra na caixa preferencial no supermercado e ainda acha que tem razão. Estou arrasada!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Desânimo

Há alguns meses venho sendo tomada por um desânimo que não pára de crescer. E é em relação a quase tudo na vida. No trabalho joguei a toalha. A Firma nem me atormenta mais. Desisti de brigar por um ambiente mais profissional. Estou no piloto automático, em ponto morto. Só descendo a ladeira na banguela... Estou em metamorfose, me transformando num barnabé. Sempre adorei ano de copa de mundo. Esse ano queria ir para uma fazenda excluída do Luz para Todos. Falando nisso, e as eleições então?! Essa falta de um candidato descente para votar desanima qualquer um. Vou ter escolher entre o péssimo e o terrível, e ainda não sei qual opção é a menos pior. Votar em branco ou nulo é demais para mim. Pelo menos aquela novela insuportável das nove termina hoje! Tem dois meses que não lavo o carro. Não lembro quando foi a última vez que fiz as unhas. Depilação eu faço. A laser. Uma espécie de penitência e busca de absolvição pela dor extrema. Não aguento mais ir três vezes por semana ao supermercado e pensar todos os dias no que fazer para o almoço. Todo dia digo que vou começar a fazer caminhada amanhã. Só que amanhã, quando chega, vira hoje e a promessa continua para amanhã. E essa falta de grana... Minha filha tirou notas baixas em história, geografia e ciências. As matérias que eu mais detestava na escola. Cá estou eu de volta à 5ª série. Tenho que estudar de novo, ensinar a fazer resumo e dizer que essas matérias são deliciosas. Até que ontem a Mesopotâmia me pareceu mais interessante do que há uns 20 anos. Desde que comecei a pós-graduação, com aulas sextas à noite e aos sábados o dia inteiro, nunca mais tive sexta-feira, meu dia da semana preferido. Agora, depois de quinta vem quarta-feira. Fui obrigada a dar mais valor ao domingo, um dia que sempre desprezei. Gostava mesmo era de sexta e sábado. É isso. Preciso desses dois dias de volta para rever amigos que adoro, ir ao cinema, teatro, tomar várias cervejas e deixar o domingo para o que ele serve de fato: para nada. No máximo uma missa, almoço com a família e jogo do Flamengo esparramada na cama ou no sofá.

Uma notinha de rodapé. Estava vendo um jogo esses dias e minha filha, querendo uma atenção que não dei, reclamou: “que droga, parece que tenho dois pais”.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Adeus amigo

Quando escrevi mais cedo que esta sexta-feira estava com cara segunda no mês agosto, não imaginava que o dia seria tão terrível. Foi o dia que meu querido colega Fernando Freire decidiu sair de vez desse mundo que não o fazia feliz. Estou realmente muito triste. O Fernando foi meu parceiro de noites intermináveis na TV Globo. Éramos os repórteres da noite do Bom Dia DF. Saíamos da TV só depois de meia-noite, se tudo corresse bem. Lembro de um colega atencioso, do bem, calmo, tão elegante que o chamava de Lord. Até o Vianas, que chama todo mundo de "fudido" ou "fudida", o Fernando ele chamava de Príncipe. Ele foi produtor do Paulo Francis em Nova York por anos. Chique demais! Mesmo com tantas coisas legais na vida, ele tinha uma tristeza, uma angústia que estavam sempre com ele. Como todo lord, era discreto e reservado. Mas ficávamos muito tempo sozinhos à noite e como gostávamos um do outro, passar horas conversando foi inevitável. Como conversávamos muito à noite, conheci algumas de suas angústias e não dei força nenhuma quando ele cismou de fazer uma cirurgia terrível para mudar o sorriso gengival. Quanto mais ele me explicava o procedimento, mais eu implorava para ele não fazer aquela loucura. Mas o danado fez e ficou feliz da vida. E ficou lindo! O garoto que tinha vergonha de rir, ria o tempo todo! Mas como eu suspeitava, não era essa a raiz do problema. Encontrei o Fernando no ano passado, fazendo um concurso. Ele me pareceu bem feliz. Tinha se casado, estava bem no trabalho... Mas infelizmente não estava. E pegou toda a angústia que estava no coração, os problemas na cabeça e jogou tudo pela janela de um prédio na 303 Norte, quadra onde nós dois morávamos quando trabalhávamos juntos. Acabou. Torço do fundo do meu coração para que ele encontre um lugar que finalmente possa ser feliz e ficar em paz. Ele merece!

Preciso dar um tempo

Que sexta-feira com cara de segunda no mês de agosto! Parem esse mundo que eu quero descer! Mas quero voltar logo, assim que estiver mais calma. Tem uma propaganda que mexe muito comigo. Já tive até pesadelo com ela. É aquela em que o planeta Terra se sacode e elimina as pessoas que não fazem bem ao planeta. Joga a galera no espaço. O narrador diz: “Um dia a Terra pode querer se livrar de você”. Muito assustador. Captei a mensagem e tento agradar a Terra. Mas muitos terráqueos insistem em me desagradar. Juro que me esforço, mas o lado afrodescendente da força tem sido mais forte do que eu. Aí explodo em péssimo humor! Talvez esteja na hora de voltar a tomar um remedinho...

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Barraco

Ah, o supermercado! Uma praga de lugar que tenho que ir pelo menos duas vezes por semana. Vou muito ao Big Box. Ruim, mas é pertinho de casa. Hoje fui a dois, pois não tinha tudo que eu precisava no primeiro. A lista de aborrecimentos que tenho no mercado é quase do mesmo tamanho da lista de compras. Já começa no estacionamento. Sabe aquele povo que dá só uma paradinha e atrapalha todo o trânsito? Esse povo me persegue e está sempre na minha frente. Dentro do mercado, peguei duas mangas e coloquei no saco de plástico, mas elas foram direto para o chão. Saco vagabundo! Até queria comprar carne, mas a fila estava enorme e apenas um açougueiro estava atendendo. Desisti. Como estava com pressa, peguei o que era urgente para o almoço, mais algumas coisinhas para o lanche e fui para o caixa. Ah, o caixa do supermercado! Todos cheios. Procurei a fila supostamente menor e fiquei lá. Havia um carrinho sozinho na frente. Até empurrei o carro abandonado em direção ao caixa. Sabia que o dono tinha ido ali rapidinho pegar alguma coisa que esqueceu. A cliente no caixa ao lado achou um absurdo e tirou o carro da fila. “Isso não se faz! Largar o carrinho na fila e continuar fazendo compras”, disse a mulher mais irritada do que eu, a vítima. Só que a dona que apareceu não esqueceu uma coisinha. Ela esqueceu outro carrinho lotado! Isso mesmo. Ela deixou um carrinho no caixa e quando apareceu foi com outro carrinho, da filha dela, que estava junto. Por que uma dessas duas infelizes não ficou no caixa com o carrinho e avisou que estava vindo outro? Por que isso aconteceu justo no meu caixa, com a mulher que estava na minha frente? Justo no dia em que estava atrasada?! As pessoas em volta ficaram indignadas. Uma até me ofereceu a frente. Agradeci e disse que respeitava as filas. Rolou um pequeno bate-boca entre as pessoas em volta e as duas mulheres. O funcionário do mercado se meteu a favor das duas e aí eu aloprei. “O carrinho estava sem ninguém e você não foi apenas buscar um macarrão. Ela chegou com outro carrinho! Então pare defender o que está errado!” Ainda bem que estava atrasada para ir à terapia. Não teria condições de ir a nenhum outro lugar.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Não Vejo!

Veja? Não vejo há uns dois anos. Nadinha. Nem a lista dos livros mais vendidos, que costumava olhar e passei a desconfiar. Às vezes cruzo com uma capa no meio do caminho e desvio o olhar, igual faço com algumas pessoas. Só não consegui desviar daquela capa panfletária do Serra igual ao Obama na Time. Ridículo! Sem mais comentários. Isto É? Também não. Época? Às vezes dou uma espiadinha só pela internet em matérias de comportamento. Deixei de assinar e ler essas revistas em busca de qualidade de vida. Percebi que, quando o assunto é política (principalmente), essas publicações estão a serviço da desinformação. Na a faculdade aprendi que Veja era indispensável! Pois eu dispensei e vejo que não perdi nada. Informação de qualidade, contra e a favor de tudo, está na blogosfera. Lá a gente vai além da notícia e entra na sua análise. É como disse essa semana o ministro Carlos Ayres Britto: “ A imprensa regula o Estado e a internet se contrapõe à própria versão da imprensa sobre as coisas. A internet é o espaço da liberdade absoluta, para além da liberdade de imprensa.” O ministro do STF destacou ainda que a internet tem o mérito de mobilizar a sociedade de forma interativa. É isso mesmo. Mais legal do que a ler a notícia é ler os comentários. É um alento ver como muitos internautas recebem a notícia e percebem a construção da desinformação em alguns veículos, notadamente os maiores. Recentemente uma pseudo-denúncia da Folha de São Paulo (mais uma) foi desmontada na blogosfera em menos de 24hs. A irritação dos leitores é externada no ciberespaço e justifica a acentuada queda na venda de jornais. A guerra está suja! Tenho medo de abrir os jornais nesse ano eleitoral. Vejo-os como os “V”. Eles estão entre nós fingindo ser o que não são. Fingindo verdade, imparcialidade, apuração. Mas a internet está aí, livre de qualquer regulação, para abrir os olhos de quem quer enxergar. É a Quinta Coluna!

Voltei

Passei um tempo longe do blog. Não fui a lugar nenhum. Só estou de ótimo humor, com muita preguiça e com muito trabalho da escola. Bem feito! Por que diabos uma jornalista inventa de fazer pós-graduação em direito administrativo? Mas estou aguentando firme e tiro ótimas notas. Tem sido uma experiência ótima. Seria melhor se não tivesse aula sábado o dia inteiro. Mas está acabando...
CORREÇÃO: retifico esse "ótimas notas". Acabo de receber um MM.