sábado, 17 de abril de 2010

A Firma 2

A Firma é uma fonte inesgotável de mal humor. A maior de todas! Aliás, o serviço público é muito deprimente. Muitos brasileiros sonham com um emprego público e estável, mas não imaginam o custo emocional que essa “conquista” implica. Quem já iniciou a vida profissional no serviço público, coisa muito comum em Brasília, não tem noção do tamanho da ineficiência e da mediocridade, da sacanagem mesmo. Essas pessoas não têm parâmetro para comparar. Mas quem já teve bons empregos no setor privado, como eu, sofre demais. Ressalto que bom emprego no setor privado está longe de apenas pagar um bom salário. Já fui muito feliz profissionalmente em locais que me pagavam muito mal, mas o trabalho era pura curtição. Para mim, ter um bom emprego é integrar uma boa equipe, com colegas competentes e comprometidos, com chefes qualificados, fazer um trabalho que dá orgulho, ser reconhecido pela dedicação e pelo resultado do trabalho realizado. Tudo isso é o extremo oposto do que tenho na Firma. Tenho que admitir. Vendi a alma ao diabo, ops, ao serviço público, em troca de salário razoável, carga horária pequena, bom plano de saúde, mais meia dúzia de dois ou três benefícios e a tão sonhada estabilidade. Realmente é muito bom ter total segurança para tocar projetos de longo prazo, embora até hoje não tenha colocado em prática nenhum. Mas o preço dessa segurança é bem salgado! O seguro do meu carro vence nos próximos dias. Como nunca usei, sempre fico na dúvida se vale a pena renovar. É igual ao meu emprego público. Sempre fico em dúvida se vale a pena continuar. Há seis anos renovo o seguro e continuo na Firma. Mas ainda me pergunto: vale a pena?

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